Os Cursos de Extensão
Os cursos de extensão são um importante ponto de conexão da Universidade com a sociedade, que dentro do conceito de educação continuada, atendem a um perfil heterogêneo de pessoas. Desde pessoas para as quais estes cursos são a única possibilidade de ter acesso à Universidade até profissionais que procuram oportunidades para reciclar e atualizar seus conhecimentos em áreas específicas. Os cursos de extensão são instrumento para uma relação virtuosa entre a Universidade e a sociedade, possibilitando ganhos para ambas as partes. Por um lado, a sociedade se beneficia, pois os cursos são meios para transferência de conhecimentos da Universidade para um amplo conjunto de atores, de pessoas já formadas que atuam em empresas e organizações públicas e privadas, profissionais liberais, pessoas interessadas em desenvolver habilidades e pessoas que não tendo ainda concluído o ensino fundamental procuram por informações e conhecimentos que podem ajudar na melhoria de sua qualidade de vida. Os cursos permitem também, dada sua flexibilidade, divulgar conteúdos específicos, que nem sempre encontram espaço nos cursos de graduação e pós-graduação. Ao melhorar as competências e as qualificações, produzem efeitos de longo prazo, tal como pode ser visto no testemunho de empresários de pequenas empresas, que assistiram a cursos de extensão ministrados pela Unicamp ao longo dos anos 70 e consideram, 30 anos depois, que os conhecimentos adquiridos em sala de aula foram muito importantes para a sobrevivência de suas empresas. (Souza,M.C., Bacic, M.,2006).
Por outro lado a Universidade se beneficia em vários aspectos. Os cursos permitem aumentar a interação com organizações públicas e privadas, empresas, profissionais e demais agentes da sociedade. Ao dar acesso a um amplo conjunto de pessoas, de certa maneira permite que essas pessoas sejam ouvidas dentro da Universidade, novas visões e críticas recebidas pelos professores, dentro de uma perspectiva diferente daquela dos alunos de graduação e pós-graduação, possibilita enriquecer o trabalho docente. Assim a Universidade aprende mais sobre as necessidades e expectativas da sociedade. A imagem da Universidade é reforçada, pois, os cursos mostram “razão de ser” e as competências da Universidade para setores da sociedade que tendem a interagir pouco com a academia. Isto contribui com a criação de uma rede social de apoio e de defesa da Universidade.
O importante papel dos cursos de extensão é reconhecido pelas melhores universidades do mundo. Todas têm escolas, setores, departamentos dedicados a oferecer esta modalidade de cursos.
Os Cursos de Extensão na Unicamp
No processo de criação da Unicamp, o professor Zeferino Vaz, considerava de extrema importância o desenvolvimento de mecanismos que permitissem a interação da Unicamp com a sociedade. Dentro dessa concepção aprovou, no ano de 1968, um projeto com uma série de atividades programáticas do Departamento de Planejamento Econômico/DEPE, do Instituto de Filosofia e Ciências/IFCH, para a estruturação de um núcleo de docentes para o desenvolvimento das seguintes atividades:
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Cursos de extensão para gestores de pequenas e médias empresas industriais localizadas em Campinas e Região;
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Cursos de Pós-Graduação de Formação de Consultores para pequenas e médias empresas do setor industrial;
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Pesquisas Aplicadas sobre a estrutura industrial de Campinas e região;
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Atividades de diagnóstico e assessoria dentro das pequenas e médias empresas industriais de Campinas e região.
No entendimento do Prof. Zeferino Vaz o projeto consolidaria as atividades da área de Economia, voltadas à Pesquisa, ao Ensino e à Extensão para a comunidade, e recomendou o início imediato das atividades (conforme Pagnani, 2006).
O projeto levou à criação do Centro Técnico Econômico de Assessoria Empresarial (CTAE), que, dirigido pelos professores: Osmar de Oliveira Marchese e Éolo Marques Pagnani. Ao longo de sua existência qualificou 129 técnicos de bancos de desenvolvimento estaduais e regionais por meio de 6 Cursos de Especialização em Análise Empresarial – CEAE. Formou 195 graduados em Consultoria Industrial, mediante a realização de 8 Cursos de Especialização em Consultoria para Pequenas e Médias Indústrias (CECOPI), e capacitou 720 dirigentes e gestores de empresas ao longo de 37 Cursos Técnicos para Dirigentes de Empresas (CTDE) entre 1968 e 1983.
Além dos cursos ministrados pelo CTAE o DEPES, em convênio com o Instituto Latino Americano de Planificação Econômica e Social da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), da Organização das Nações Unidas (ONU), passou a oferecer cursos sobre Planejamento Econômico. Assim, no ano de 1968, ao mesmo tempo em que era oferecido o primeiro CTDE na área de Produção com 60 horas-aula, era ministrado o 1º Curso Básico de Planejamento Econômico – CBPE1, com 600 horas-aula, que visava preparar corpo técnico, principalmente do setor público, para tarefas de planejamento do desenvolvimento econômico (nível básico).
Foi coordenador o Prof. Carlos Eduardo do Nascimento Gonçalves. Participaram 31 alunos. Em 1969 foi oferecido o 2º Curso Básico de Planejamento Econômico – CBPE2 que teve 18 alunos e foi coordenado pelo Prof. João Manoel Cardoso de Mello. Em 1970 o 3º Curso Básico de Planejamento Econômico – CBPE3, sob a coordenação do Prof. Osmar de Oliveira Marchese, do qual participaram 17 alunos. No ano de 1970 foram oferecidos dois cursos abordando o tema da programação industrial, Curso de Programação Especializada – Programação Global – CPG, o primeiro sob a coordenação do Prof. Wilson Cano e o segundo coordenado pelo Prof. Ferdinando de Oliveira Figueiredo. Esses cursos do DEPES são os primeiros cursos de extensão oferecidos pela Unicamp. (Confira abaixo o tópico "Primeiros cursos de extensão ministrados pela Unicamp").
Com o passar do tempo outras unidades, com destaque para as Engenharias, passaram a oferecer cursos de extensão na Unicamp. O crescimento dos cursos levou, no final dos anos 80, a um processo de discussão dentro da Universidade para definir regras e critérios para o oferecimento de cursos de extensão. Em 1989 o então reitor, Prof. Paulo Renato Costa Souza realizou a primeira ação para administrar de forma centralizada o processo de criação e oferecimento de cursos de extensão. Nascia assim a Escola de Extensão da Unicamp (Extecamp) com a missão de coordenar, supervisionar, organizar e promover os cursos de extensão dentro da Universidade.
Ao longo dos últimos 20 anos, em função das atividades dos coordenadores de extensão das Unidades de Ensino, das ações da Extecamp e do interesse manifestado por um significativo número de docentes em criar e oferecer cursos de extensão verificou-se um processo permanente de expansão e diversificação dos cursos. Este processo permite na atualidade o oferecimento de um extenso leque de cursos de extensão, que atendem um amplo público, desde professores de ensino básico e médio em busca de capacitação, gestores de políticas públicas, pessoas interessadas em desenvolver habilidades artísticas e adquirir conhecimentos nas artes e nas ciências, profissionais nas áreas da saúde e das atividades físicas e profissionais que atuam em organizações públicas e privadas que procuram conhecimentos específicos para suas áreas de atuação.
I – Histórico da Extecamp
Coordenadoria de Extensão – 1988 a 1989
No mês de maio de 1988 o Reitor Prof. Dr. Paulo Renato Costa Souza, com vistas à implantação de um órgão que administrasse os cursos de extensão, convidou o Prof. Dr. Carlos Alberto da Silva Lima, na época professor do Instituto de Física Gleb Wataghin, para coordenar as atividades a serem desenvolvidas. Esta organização inicial recebeu o nome de Coordenadoria dos Cursos de Extensão. Sob sua orientação foram efetuados levantamentos de todos os cursos de extensão que já estavam sendo ministrados pela Universidade por iniciativa das Unidades de Ensino. O resultado desta pesquisa foi divulgado em uma publicação de 1989 na qual contavam-se 282 cursos. Como partes do processo de implantação da Extecamp foram definidas e aprovadas às portarias e normas que iriam reger a Escola.
Primeira Diretoria – 1988 a 1991
Estabelecidos os principais critérios e procedimentos, no ano de 1989 foi assinada a Portaria de criação da Extecamp. Foi nomeado o Prof. Dr. Carlos Alberto da Silva Lima seu primeiro diretor.
A Escola de Extensão foi criada pela Deliberação CONSU A-27/89 de 03 de outubro de 1989 pelo então Reitor Prof. Dr. Paulo Renato Costa Souza, que nomeou a seguinte comissão para em 60 dias propor o Regimento da Extecamp:
- Professor José Carlos Valladão de Mattos – Presidente
- Professor Antonio Mário Antunes Sette
- Professor Bernardo Beiguelman
- Professora Marisa Corrêa
- Professor Luiz Jacinto da Silva
- Professor Jefferson Lee de Souza Ruiz
- Acadêmico Moacyr Esteves Perche
O Regimento Interno da Escola foi baixado pela Deliberação CONSU A-41/89 de 19 de dezembro de 1989.
Segunda Diretoria – 1991 a 1994
A Diretora da Escola no segundo período foi a Profa. Dra. Irenilza de Alencar Nääs, na época professora da Faculdade de Engenharia Agrícola. Suas ações visaram primordialmente à expansão da Escola e sua definitiva consolidação bem como sua divulgação junto à comunidade externa à Universidade.
Terceira Diretoria – 1994 a 2002
O Diretor Executivo foi o Prof. Dr. Paulo Roberto Mei, professor da Faculdade de Engenharia Mecânica. Vindo de uma unidade muito ativa em relação às ações de extensão, o Prof. Paulo Mei trouxe uma experiência importante para o crescimento e desenvolvimento deste Órgão. Como característica marcante destaca-se neste período a normatização da Escola, bem como um grande avanço em termos de infraestrutura e programas de controle. No decorrer do período, houve um aumento expressivo no número de cursos oferecidos pelas Unidades de Ensino, totalizando, no final de sua gestão, 1.730 cursos. Foram coordenadores associados, a Profa. Marilda Solon Teixeira Bottesi (1994 a 1998) e a Sra. Rosa Maria Marins Gobbi Sebinelli (1999 a 2002).
Quarta Diretoria – 2002 a abril/2017
O Diretor Executivo, Prof. Dr. Miguel Juan Bacic, direcionou o planejamento visando à implantação de sistema integrado de gestão dos cursos, matrícula online e a melhoria nas ações de divulgação. Tendo também como meta, a contínua descentralização das atividades, delegando às Secretarias de Extensão, no âmbito do sistema integrado, grande parte dos trabalhos, proporcionando maior autonomia para as mesmas. Neste período atuaram como Diretor Associado da Escola, o Sr. Álvaro Rossmman Carvalhaes Neto, período de 2002 a julho de 2014 e o Sr. Pedro Emerson de Carvalho no período de agosto de 2014 a abril de 2017.
Quinta Diretoria – maio/2017 até agosto/2018
A partir de maio/2017, houve nova nomeação para a Diretoria da Escola, tendo o Prof. Dr. Celso Kazuyuki Morooka como Diretor Executivo e o Sr. Pedro Emerson de Carvalho na função de Diretor Associado. Com a alteração da estrutura organizacional da Pró-reitora de Extensão, aprovada em 14/09/2017, a Escola de Extensão se transforma em Diretoria de Serviço subordinada à Diretoria de Extensão da Pró-reitora, sendo atribuído(atribuídas) aos diretores, novas funções. Em 01/12/2017, é nomeado o Prof. Dr. Li Li Min como novo Diretor da Escola.
Sexta Diretoria – agosto/2018 até o momento
Em Agosto de 2018, o Prof. Dr. Wagner José Fávaro assume a Diretoria de Extensão tendo como Coordenador Adjunto o Sr. Pedro Emerson de Carvalho. O Prof. Dr. Wagner convida o Prof. Dr. Eduardo Galembeck para assumir a Coordenação da Escola de Extensão a partir de Setembro de 2018. A atual diretoria promove ações que visam o aumento da oferta e da internacionalização de cursos online e a melhoria nos processos de inscrição e de matrícula dos alunos.
II - A Evolução dos Cursos em Números
III – Primeiros Cursos de Extensão Implantados na Unicamp
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